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Cáritas RS se solidariza com familiares e sobreviventes de tragédia com população de rua

Áreas de Atuação

Incêndio na madrugada de 26 de abril de 2024 atingiu pousada que abrigava pessoas em situação de rua de Porto Alegre (RS)

Publicação: 26/04/2024


A Cáritas RS se soma à nota da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de Porto Alegre e presta sua solidariedade a familiares das vítimas e sobreviventes da tragédia ocorrida na madrugada de sexta-feira, dia 26 de abril de 2024, quando 10 pessoas morreram e pelo menos nove ficaram feridas no incêndio que atingiu a pousada Garoa, na Avenida Farrapos, na capital gaúcha. O local abrigava pessoas em situação de vulnerabilidade social.

A Cáritas RS reitera a necessidade de investigação isenta e punição de todas as pessoas responsáveis por esta tragédia e envia orações pelo descanso eterno dos que partiram de maneira tão trágica.



Nota oficial – Investigação e responsabilização


Diante da tragédia ocorrida na madrugada desta sexta-feira(26 de abril), com incêndio na Pousada Garoa, da Avenida Farrapos, em Porto Alegre, que resultou em 10 mortos e mais de uma dezena de feridos, a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de Porto Alegre, organismo da CNBB, os movimentos da Pop Rua e movimentos sociais que assistem a essa população, manifesta sua solidariedade aos feridos, profunda tristeza pelos falecidos e indignação pelas precárias condições dos locais que abrigam a população em situação de rua de Porto Alegre. Conforme os registros oficiais, esta é a maior tragédia de Porto Alegre desde o incêndio do Prédio das Lojas Renner em 1976, que vitimou 41 pessoas e deixou dezenas de feridos.

Conforme as informações oficiais, o local servia de hospedagem temporária contratado pela gestão municipal ao custo mensal de R$ 540,00 por pessoa beneficiada. Somente no ano de 2023, conforme o Portal da Transparência da Prefeitura de Porto Alegre a contratada responsável pelo prédio onde ocorreu o sinistro recebeu R$ 2,7 milhões pelo contrato de prestação de serviço. A informação dos usuários da conta de que eram locais sem condições de habitabilidade, sem ventilação, com fiação elétrica exposta e insalubres.

A ocorrência confirma uma tragédia já anunciada pelas precárias condições do local. É importante salientar que o Corpo de Bombeiros afirmou que a Pousada Garoa funcionava em caráter irregular, sem a existência de PPCI. Essa informação denota que não houve fiscalização de quem deveria manter a vigilância sobre as condições de acolhimento. Houve desproteção de quem deveria proteger.

Diante do exposto, a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de Porto Alegre, juntamente com os movimentos da Pop Rua e os movimentos sociais, que atendem a essa população, reivindicam junto aos órgãos de fiscalização e controle a investigação isenta e total do fato ocorrido e da situação que originou o incêndio. Ao mesmo tempo, a certificação das condições previstas no contrato de prestação de serviço e as responsabilidades pelo cumprimento das condições estabelecidas no contrato. Também, reivindica que a pericia do local seja conduzida de forma técnica e isenta, a fim de apontar as verdadeiras causas da ocorrência.

Por fim, é necessário que sejam exemplarmente responsabilizados, conforme as previsões legais, aqueles que foram negligentes e omissos diante de tamanha tragédia que ceifou o maior bem da humanidade que são as vidas humanas.

Porto Alegre, 26 de abril de 2024





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